A Secretaria de Defesa Social (SDS) confirmou que o corpo encontrado na tarde deste sábado (23), num loteamento na Zona Oeste do Recife, é da estudante Remís Carla Costa, de 24 anos. O velório ocorrerá a partir das 9h deste domingo (24), véspera de Natal, no Cemitério de Paulista. O namorado da vítima, Paulo César de Oliveira, de 24 anos, foi preso. Segundo nota divulgada pela SDS, ele confessou o crime.
Os detalhes do caso serão apresentados às 10h deste domingo (24), no DHPP, no bairro do Cordeiro. O Chefe da Polícia Civil, Delegado Joselito Kehrle, o Diretor de Polícia Especializada, Delegado Luís Andrey, e o Gestor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Delegado Ivaldo Pereira, falarão sobre caso.
“Estou aliviado. Agora está nas mãos da Justiça e de Deus”, disse o pai da estudante, José Carlos Costa, aos prantos logo depois que a SDS confirmou que o corpo era da estudante ainda no Instituto de Medicina Legal (IML) em Santo Amaro. A família ficou aguardando no IML o resultado dos exames.
Os detalhes da prisão não foram passados pela SDS. Segundo a assessoria de imprensa da SDS, inicialmente, Paulo César foi autuado por ocultação de cadáver. Em depoimento, ele confessou o crime.
O reconhecimento do corpo foi feito após comparação das digitais do corpo com o banco de dados do Instituto Tavares Buril.
O corpo de Remís foi localizado enterrado no mesmo loteamento onde o namorado dela mora. O corpo foi localizado a cerca de 400 metros da casa onde reside o namorado dela, Paulo César de Oliveira, também de 24 anos, suspeito do desaparecimento de Remís.
Martha Gois, diretora do berçário nas Graças, Zona Norte do Recife, onde Remís estagiava, disse que a estudante de pedagogia era muito tímida e reservada, mas sempre sorridente e muito responsável. “Ela nunca faltou ao trabalho. Tanto que estranhamos quando ela não apareceu para trabalhar na segunda.” Martha conta que toda a equipe ficou abalada com o desaparecimento de Remís, que aconteceu na última semana de funcionamento do berçário antes do recesso de fim de ano. “Passamos a semana muito apreensivos, trabalhando com profissionalismo, mas arrasados. Cancelamos até o evento de encerramento porque não tinha clima para comemoração.”
Relembre o caso
Remís Carla Costa desapareceu no último domingo (17), após sair da casa do namorado, Paulo Cesar de Oliveira. De acordo com a família da jovem, a garota e o rapaz discutiram naquele dia, dentro da casa dele, no bairro de Nova Morada. Remís teria saído da residência de Paulo, sem dizer onde iria. O último contato com os familiares e amigos foi também no domingo, por meio de mensagens em redes sociais.
Em depoimento à polícia, o namorado negou agressões à jovem. Durante seis horas, Paulo continuou afirmando que, após a briga na tarde do domingo, ele não teve mais informações da namorada.
Em novembro, a jovem denunciou Paulo na Delegacia da Mulher, por agressão, injúria e ameaça. Remís chegou a receber uma medida protetiva, mas, segundo a Polícia, Paulo não foi encontrado para assinar a notificação. Ela se afastou dele, mas voltaram a se aproximar no último dia 14.
Ato e ofício
Na quinta-feira (21), familiares e amigos se reuniram na reitoria da UFPE, a fim de solicitar apoio do reitor Anísio Brasileiro.
Na sexta-feira (22), amigos e familiares de Remís estiveram na comunidade Nova Morada, próxima à Avenida Caxangá, com cartazes e panfletos refazendo os últimos passos da estudante. Segundo os amigos de Remís, o intuito da caminhada é envolver e pedir o auxílio dos moradores da comunidade na busca pela jovem.
No mesmo dia Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e UFPE, onde Remís estuda, enviaram um ofício à Polícia Civil solicitando que o delegado Élder Tavares, da Delegacia de Desaparecidos e Proteção à Pessoa (DDPP), responsável pelas investigações do caso do desaparecimento da jovem, fosse substituído, visando acelerar a resolução do caso. No entanto, a corporação informou, por meio de nota, que o investigador já estava debruçado sobre o caso e outra pessoa não seria colocada no lugar.