Não bastasse o constrangimento de ter sido superado pelo chamado “pior time do mundo”, o Santa Cruz ficou em uma situação crítica com a derrota por 3 a 1 para o folclórico Íbis na última terça-feira, 29, pelo Campeonato Pernambucano, no Arruda. Os gols de Celestino e Thoni Brandão (duas vezes) encerraram um jejum de 58 anos sem vitória do Pássaro Preto diante do rival – e também os memes e piadas nas redes sociais. Do lado do Santa, no entanto, o clima é de preocupação. Pela primeira vez na história, o tradicional clube de Recife pode ficar sem divisão no Campeonato Brasileiro.
O Santa Cruz pode ficar sem calendário para 2024, pois a Série D do Brasileirão, torneio que o clube disputará em 2023, possui como meio de classificação os Estaduais – exceto para clubes rebaixados da Série C do ano anterior. Atualmente em quinto, a Cobra Coral não tem mais chances de ultrapassar Petrolina e Retro, os clubes garantidos dentro deste critério.
Em Pernambucano, a federação optou por distribuir as vagas de acordo com a classificação da primeira fase do campeonato. Ou seja, mesmo que avance para a segunda a fase e eventualmente conquiste o título, o Santa Cruz não terá mais chance de conquistar uma das duas vagas que o levariam ao campeonato nacional. O Sport, que disputa a Série B, e o Náutico, na C, não correm este risco.
O cenário mais simples para o tradicional clube pernambucano não ficar sem divisão nacional em 2024 é terminar entre os quatro primeiros da Série D deste ano, o que lhe garantiria um acesso à Serie C. Uma segunda opção seria uma ajuda de um “vizinho”: o Retrô, clube de Camaragipe (PE) que garantiu vaga para a Série D de 2024 por ser o 2º colocado da primeira fase do Estadual, pode não precisar desta vaga caso consiga o acesso à 3ª divisão do Brasileirão. Neste caso, o Santa Cruz, caso termine em quinto em Pernambuco, poderia “herdar” esta vaga.
Uma última possibilidade seria contar com a desistência de um dos times que conquistaram a vaga esportivamente (Retrô e Petrolina), um fato improvável, mas não impossível, devido aos desafios financeiros e logísticos de viajar o país durante a Série D.