A atuação discreta é uma das principais características da primeira-dama do Brasil, Marcela Temer. Apesar disso, ela vem chamando a atenção do país desde que o presidente Michel Temer assumiu o governo em 2016. Advogada por formação, Marcela não costuma comparecer a todos os eventos do Palácio do Planalto, mas reativou a tradicional participação das esposas dos Chefes do Executivo nos trabalhos sociais da gestão. Ela, inclusive, é madrinha do programa Criança Feliz que, em 2018, terá um orçamento de R$ 600 milhões, o dobro do que custa R$ 285 milhões este ano.
O Criança Feliz dá atenção especial a crianças de até três anos das famílias de baixa renda. E, de acordo com o Governo Federal, a atuação de Marcela é voluntária. “Fico feliz em colaborar com as causas sociais do nosso país. Cada brasileiro, cada brasileira, desde a gestação, importa para o desenvolvimento do Brasil. Nossas responsabilidades aumentam a cada dia”, disse a primeira-dama quando o programa foi lançado.
A ocasião marcou o primeiro discurso oficial dela, inclusive, neste um ano e sete meses do governo de Temer a primeira-dama protagonizou poucos discursos. Um deles foi no Fórum Global da Criança, que aconteceu no Brasil em abril, e outro no lançamento Programa Nacional do Voluntariado, em agosto, quando não conseguiu disfarçar o nervosismo e chamou a atenção por repetir uma das falas ao tentar ler e olhar para a plateia.
Assim como na vida pública, nas redes sociais Marcela Temer também é discreta. No Instagram, por exemplo, sua conta oficial tem poucas publicações e a maioria delas diz respeito ao Criança Feliz ou ações de voluntariado que visitou pelo país.
Ainda que a atuação dela não seja de tanta exposição, Marcela Temer também já foi alvo de polêmicas. Recentemente surgiu um debate sobre os gastos operados pela primeira-dama, isto porque, duas de suas assessoras pessoais, a nutricionista Denise Silva e a governanta Cintia Borba, teriam sido contempladas com apartamentos funcionais pela Secretaria de Administração do Palácio do Planalto.
Como o posto de primeira-dama não é considerado um cargo administrativo presidencial, a concessão de um dos 76 apartamentos destinados para servidores da Presidência da República foi questionada por outros servidores que estão na lista de espera. O Governo Federal, entretanto, disse que Cintia fez o pedido há quase um ano e “diante da disponibilidade do imóvel e obedecendo a lista de solicitação, foi contemplada com o benefício”. Já Denise, segundo a assessoria do Planalto, não recebeu o benefício.